22.10.06

Quase metade dos espanhóis quer união entre Portugal-Espanha

Quase metade dos espanhóis, 45,7%, quer a união entre Portugal e Espanha, com a maioria a defender que o novo país deve chamar-se Espanha, ter Madrid como capital e manter o regime monárquico, de acordo com uma sondagem.
A sondagem, realizada pela Ipsos para a revista Tiempo refere que o apoio à união dos dois países é particularmente elevada entre os mais jovens, dos 18 aos 24 anos, com mais de metade (50,8%) a favorecerem essa opção.Entre os que favorecem a fusão, 43,4% dizem que o novo Estado deve chamar-se Espanha, contra 39,4% que favorecem a opção de «Ibéria», e apenas 3,3% favorece ver Lisboa como a capital do novo Estado, contra 80% que querem Madrid.Cerca de metade dos eleitores defende que o novo estado deve manter-se com o regime monárquico, que vigora em Espanha, contra 30,2% que defendem que o «novo país» seja uma República.A sondagem surge semanas depois de o semanário português Sol ter revelado uma sondagem que indicava que 28% dos portugueses favorecem a união com Espanha.Para ilustrar o cenário documentado na sondagem, a revista Tiempo visita as aldeias vizinhas de Rionor de Bragança, em Portugal, e Rihinor de Castela, em Espanha, localidades onde a única divisão evidente é no rio que as separa.O sentimento de proximidade com Portugal é particularmente forte nas regiões fronteiriças de Espanha que, em alguns casos se sentem mais próximas à realidade portuguesa do que ao distante centro do poder espanhol, em Madrid.As duas localidades chegaram mesmo a tentar, em 2005, avançar com um «Conselho de Rio Honor de Europa», uma iniciativa que pretendia unir os esforços dos habitantes dos dois lados do rio para conseguir apoio europeu para o desenvolvimento da região.O projecto, simbolizando as tentativas do passado de unificação dos dois países, acabou por falhar ao fim de três ou quatro reuniões, devido a desconfiança sobre a gestão dos eventuais fundos e à sua distribuição.No caso os habitantes da Rionor espanhola temiam que a maioria dos fundos fossem para a sua «irmã» portuguesa, maior e, por isso, capaz de reivindicar mais ajudas.Enquanto não se revolve o diferendo ficam pendurados projectos de cerca de 600 mil euros que os promotores da iniciativa dizem ser necessários para revitalizar e recuperar os cascos históricos das duas localidades e melhores as suas estruturas públicas.A Tiempo, que dá direito de chamada e cinco páginas ao assunto, acaba por relembrar que o projecto «iberista» tem já mais de cinco séculos, surgindo pontualmente e evidenciando-se, com mais força, no século 19, na altura como um dos ideais da revolução espanhola.Em 1848 chegou mesmo a nascer o Club Ibérico, formado por 400 portugueses e espanhóis que desafiou Paris apresentando mesmo uma bandeira Ibérica de quatro quadrados coloridos - branco, vermelho, azul e amarela.Em 1873 nasce, por iniciativa espanhola, a Associação Hispano-Lusa e, já no início do século 20, volta a esmorecer o projecto, ainda que em Espanha várias individualidades - o poeta Joan Maragall ou Alfonso Castelão (pai do nacionalismo galego) - tenham continua a defender o projecto ibérico.A proximidade cultural entre os dois países é hoje um dos factores que vários analistas argumentam como justificativo do sonho ibérico, como é o caso de Faustino F. Alvarez, colunista na imprensa espanhola e que se declara «luso-hispano, ou vice-versa».Alvarez recorda as constantes referências ao «outro» na literatura dos dois países, a entrada conjunta no mercado europeu e até o relacionamento de «primos distantes» entre Salazar e Franco ou a «inspiração» que o 25 de Abril foi para Espanha.
[17-10-2006] [ Dinheiro Digital, Diário Digital (on-line) ]

5 Comments:

Blogger 13a... said...

Muito muito interessante, mas se há fenomenos que sucedem em simultaneo nos 2 países, um importantissimo não acontece certamente... o da 'abertura da mentalidade'. O português é, de um modo geral, muito pouco aberto á mudança!

Um Abraço
13a

2:22 p. m.  
Blogger Luis Fernando de la Macorra said...

13a,

En los posts siguientes de Torga y de Pessoa se nota la grandísima apertura mental de dos portugueses universales. Hay más ejemplos: Teófilo Braga, Antero de Quental, José Saramago, Eduardo Lourenço ...

Iremos incorporando sus visiones, junto con la de otros españoles universales, sobre el asunto ibérico.

De cualquier forma, aparte del recuerdo histórico, filosófico y literario, las cuestiones hoy día son de orden práctico. Trataremos de recogerlas y comentarlas también.

Um abraço irmão,

L.F.

7:56 p. m.  
Blogger TartessianoXXI said...

Eu tambem quero a uniao entre Portugal e Espanha. O triste e que penso que os portugueses querem uniao por cuestioes da economia e nao por sentimentos.
Yo tambien como español e iberista y por tanto como persona que no considera extranjeros a los portugueses le gustaría una unión ibérica. Lo triste es que pienso que los portugueses quieren una unión por cuestiones económicas y no por sentimientos. Ya tenemos difícil el encaje del nacionalismo vasco y catalán para ahora tener el portugues.
Saludos desde Huelva cidade hermanada com Faro.

8:50 p. m.  
Blogger Unknown said...

Espanhol também não. Ainda falta tempo e relação. Como novos namorados.

12:30 a. m.  
Blogger Unknown said...

Federación de repúblicas en España (catalanes,vascos,etc) y confederación con la República Portuguesa. Capital ibérica en Zaragoza (capital del río Ebro-Iber).

12:35 a. m.  

Publicar un comentario

<< Home